Standard & Poor’s atualiza o risco financeiro de Portugal

A agências de classificação de risco financeiro Standard & Poor’s (S&P), divulgou na passada sexta-feira a atualização do risco de crédito de Portugal para o nível A-.

A Standard & Poor’s (S&P) é uma das principais agências de classificação de risco financeiro do mundo. Fundada em 1860, a S&P é conhecida pelas análises e avaliações da solidez financeira de empresas, governos e instrumentos financeiros, como ações, títulos e fundos de investimento.

As classificações de crédito atribuídas pela S&P são amplamente utilizadas por investidores, instituições financeiras e governos como um indicador da capacidade de uma entidade para cumprir suas obrigações financeiras. As classificações de crédito variam de acordo com a capacidade percebida de uma entidade de honrar suas dívidas, com classificações mais altas indicando menor risco de incumprimento e vice-versa.

Além das classificações de crédito, a S&P fornece uma variedade de serviços de análise financeira e econômica, incluindo índices de mercado, pesquisa e dados financeiros.

A S&P é uma das “Três Grandes” agências de classificação de crédito, juntamente com a Moody’s e a Fitch Ratings, e as respetivas classificações desempenham um papel crucial nos mercados financeiros globais, influenciando decisões de investimento e precificação de ativos.

Na ultima sexta-feira, dia 1 de março, a S&P divulgou uma atualização positiva em relação ao risco de crédito de Portugal. A agência de classificação atribuiu a avaliação da dívida pública portuguesa de “A-“, perspetivando uma situação financeira mais positiva para o futuro próximo. Essa mudança representa um marco significativo para Portugal, já que todas as agências de classificação atribuem uma posição de nível ‘A’ após 13 anos.

A S&P justifica a sua decisão apontando para a notável redução do endividamento português, o que tem impulsionado uma melhoria substancial e contínua na situação financeira do país, além de reduzir os riscos de liquidez externa. O rápido declínio da relação dívida pública/PIB, apoiado por um desempenho orçamental sólido, é destacado como um fator chave. A agência norte-americana também demonstra confiança de que o próximo governo eleito irá manter o bom desempenho fiscal e concentrar-se na utilização dos fundos da UE NextGeneration.

Essa atualização alinha Portugal com outras agências de classificação financeira internacionais, todas posicionando o país nos níveis ‘A’. Antes da intervenção da ‘troika’ em 2011, Portugal estava classificado neste nível pelas quatro principais agências, mas viu a classificação diminuir drasticamente após solicitar ajuda financeira.

A recuperação demorou sete anos até tirar Portugal da classificação de ‘lixo’ e agora, após 13 anos, a trajetória de redução do endividamento é fundamental para os custos de financiamento mais baixos. A próxima agência a analisar Portugal será a Fitch Rating, em 22 de março, com as perspetivas atuais de ‘A-‘, estável pela Fitch, ‘A’, estável pela DBRS, e ‘A3’, estável pela Moody’s.

Esta melhoria na classificação, terá um impacto positivo na credibilidade de Portugal e na carteira dos portugueses:

  1. Taxas de juros mais baixas: Um menor risco percebido associado à dívida soberana portuguesa. Isso pode resultar em taxas de juros mais baixas nos mercados internacionais de financiamento, o que por sua vez pode influenciar as taxas de juros dos empréstimos hipotecários. Os bancos podem conseguir financiamento a custos mais baixos, o que pode resultar em taxas de juros mais favoráveis.
  2. Aumento da confiança: Aumentar a confiança dos investidores e dos mercados financeiros internacionais na estabilidade econômica de Portugal. Isso pode resultar numa perspetiva mais positiva para o mercado imobiliário português, levando a um aumento da atividade de compra e venda de imóveis e, potencialmente, a um aumento dos preços das propriedades.
  3. Acesso mais fácil ao crédito: Uma classificação mais alta pode melhorar a imagem de Portugal como um destino de investimento seguro. Isso pode atrair mais investidores estrangeiros para o mercado imobiliário português e, como resultado, aumentar a disponibilidade de crédito para os consumidores locais.
  4. Melhores condições de financiamento: Com uma classificação mais alta, Portugal pode beneficiar de melhores condições de financiamento no mercado internacional de capitais. Isso pode permitir ao governo implementar políticas econômicas mais favoráveis, o que poderia impulsionar o crescimento econômico e, por sua vez, fortalecer as condições do mercado imobiliário e facilitar o acesso ao crédito habitação.

 

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